The Post – A guerra secreta

Data de lançamento: 25/ 01/ 2018

Direção: Steven Spielberg

Elenco: Meryl Streep, Tom Hanks, Sarah Paulson e outros

Gêneros: Drama, Suspense

Nacionalidade: EUA


É de conhecimento público que Hollywood ‒ e, em particular, a academia do Oscar ‒ gosta muito de filmes baseados em fatos. Quase todo ano, pelo menos um dos indicados ao prêmio principal se enquadra nesta categoria, alguns chegando a vencer a premiação, como é o caso de Spotlight ‒ Segredos Revelados em 2016. Este ano, além de The Post, Dunkirk e O destino de uma nação concorrem a estatueta de Melhor filme.

O que fica visível, tanto em Spotlight como em The Post é a forma como encaram a realidade jornalística. Embora, em ambos os casos, as redações estivessem do lado da moral, não deixa de soar como ingenuidade que, em The Post, a disputa entre os jornais The Washington Post e o New York Times se dê apenas pela corrida entre quem consegue dar o furo de reportagem primeiro. Em ambos os filmes, fica em segundo plano uma sorte de debates políticos pertinentes ao discurso jornalístico.

Claro que o filme não é ausente de discussões políticas abertas, ele dá a devida atenção ao debate da liberdade de imprensa e também para uma defesa ao feminismo. Quanto à liberdade de imprensa, trata-se de uma defesa muito simples, principalmente ao abordar um escândalo da década de 1970 em uma realidade de 2018, onde outros escândalos de segredos federais já vieram a público e o mundo inteiro já sabe do quão longe os Estados Unidos estão dispostos a ir para defender seus ideais. Ainda que o filme crie margem para dúvida e debate, a defesa da manutenção dos segredos é mínima e aparece muito mais como um recurso narrativo.

Contudo, o que há de especial em The Post é Meryl Streep, ou melhor, o que ela representa para o filme. Mais do que abordar a troca de paradigma da liberdade de imprensa, o filme aborda o início da mudança de paradigma da sociedade patriarcal no início da década de 1970. A personagem de Streep, herdeira do legado do pai e do marido no jornal The Washington Post, torna-se a primeira mulher à frente do jornal, alcançando um patamar social que surge no filme como um sapato apertado que, aos poucos, ela vai conseguindo calçar.

Steven Spielberg se demonstra uma peça fundamental para a construção dessa jornada da personagem de Meryl Streep, trabalhando muito bem a forma como a situação seja apresentada de forma que o filme nem seja muito explicativo e nem o espectador se sinta perdido. Também, o diretor constrói cenas emocionantes de superação, como nos momentos finais do filme, quando Kat Graham (Meryl Streep) é saudada com olhares de admiração de outras mulheres ao vencer o caso contra governo dos Estados Unidos.

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