Data de lançamento: 11 01 2018
Direção: Joe Wright
Elenco: Gary Oldman, Kristin Scott Thomas, Ben Mendelsohn e outros
Gêneros: Histórico, Drama
Nacionalidade: Reino Unido
Certamente Hollywood já demonstrou, ao longo dos anos, a sua fixação por produções que retratem momentos históricos buscando um elevado rigor de fidelidade. A cada edição do Oscar, somos postos diante de filmes que sigam essa máxima como O jogo da imitação, A teoria de tudo, O discurso do rei, Dunkirk (que concorre esse ano) dentre outros. Neste ano, a lista dos principais indicados à premiação conta com estes dois filmes que, em parte, adaptam o mesmo momento histórico: Dunkirk e O destino de uma nação.
Enquanto o filme de Christopher Nolan retrata a saída das tropas britânicas de Dunquerque pelo mar, o de Joe Wright apresenta os momentos históricos anteriores, que partem da substituição do primeiro ministro, com a entrada de Churchill e as difíceis decisões que ele tem que tomar antes de pôr em prática o seu plano de resgate. Contudo, é notável que o filme de Nolan se permite lançar mão da fidelidade com o real, enquanto o de Wright está preso ao relato com máximo de detalhes.
Eis onde o filme se perde. Não há o que se negar que a atuação de Gary Oldman como Churchill é um trabalho primoroso. O ator, embora precise sempre gritar para se impor, consegue imprimir uma performance que não se prende à caricatura e confere a sua personagem camadas de sentimentos que talvez o roteiro não tenha dado a devida atenção. Contudo, não é a atuação de Goldman que salva o filme, uma vez que o que parece estar em primeira importância para Joe Wright é retratar momentos consagrados da história, em grande parte apontar os momentos em que cada discurso de Churchill é proferido.
A figura interpretada por Lily James flexibiliza um pouco mais o aspecto rigoroso que o filme carrega e ameniza a narrativa, possibilitando crescimento para ambas as personagens. Quando envolvido nos quadros políticos, o Churchill de Gary Oldman tende a desaparecer no cenário, como se fosse mais um detalhe milimetricamente calculado por uma mente perfeccionista que tentava recriar a história do Reino Unido. Ao interagir com a personagem de Lily James e, posteriormente, na sequência do trem público, a figura de Churchill ganha uma camada de complexidade, ainda que a intuição clara seja a de desconstruir a figura rígida do ex-primeiro ministro.
O destino de uma nação é um filme absolutamente convencional, com tudo o que costuma-se esperar dos filmes do Oscar. Falta personalidade para crescer emocionalmente, porque é preso nas amarras da obrigação de um realismo. É um concorrente fraco para a premiação, exceto na categoria de ator principal, na qual vem ganhando nas últimas premiações.