Para todos os garotos que já amei

Data de lançamento: 17/08/2018
Direção: Susan Johnson
Elenco: Lana Condor, John Corbett, Noah Centineo e outros
Gêneros: Comédia romântica, Romance
Nacionalidade: EUA


 

A Netflix tem investido bastante em conteúdo próprio, trazendo séries e filmes não apenas de gêneros diferentes, mas de qualidade bem destoante. Um dos gêneros de filme que eles têm mais investido são as comédias românticas adolescentes como A barraca do beijo, Quando nos conhecemos e Alex Strangelove. A partir desse projeto de expansão do serviço de streaming, surge a adaptação do livro Para todos os garotos que já amei, escrito por Jenny Han.

Na história, Lara Jean (Lana Condor) é uma jovem que escreve cinco cartas para suas paixões juvenis mas não tem menor intenção de entregá-las aos seus remetentes. Contudo, certo dia as cartas são enviadas e Lara Jean se vê forçada a lidar com as consequências das cartas escritas, o que culmina na invenção de um relacionamento com Peter (Noah Centineo), que tenta causar ciúmes em sua ex-namorada.

Embora o título e a apresentação inicial da história sejam indícios sugestivos de que o tema central é o vazamento das cartas, podemos, logo que a história se desenvolve, constatar que não se trata disso. Na realidade, o estopim de toda a trama não passa de uma nota de rodapé nesse filme, sendo logo esquecido pelas personagens que devotam suas atenções para o relacionamento combinado de Peter e Lara Jean. Não haveria menor problema se a história das cartas fosse restrita a essa função narrativa. No entanto, a forma como tudo é colocado é, no mínimo, questionável. A começar pelo fato de que existem 5 cartas, como expõe a protagonista. Não é preciso muita matemática para perceber que das 5 cartas enviadas, apenas três surgem ao longo da história (uma quarta surge em uma cena pós-créditos) e apenas duas possuem consequências reais. Isso nos leva a questionar, simplesmente, se a adaptação não poderia modificar o número de cartas de 5 para 2, afinal, são apenas essas que realmente importam.

Entende-se logo que a história foi bem reduzida no processo de escrita do roteiro e alguns pontos ficam bastante prejudicados. Afora o núcleo familiar de Lara Jean e os dois garotos que disputam sua atenção, as personagens periféricas não são muito importantes, e têm muito mais “função mecânica” do que função narrativa. É como assistir uma história de robôs, que não apresentam sentimentos ou personalidades, apenas funções específicas: apertar parafusos e dizer frases prontas para a protagonista.

Não é um filme medíocre, mas tem pouquíssimas qualidades. Cumpre o básico deixando alguns buracos na estrutura geral do filme. O roteiro, em especial, demonstra-se o elo mais fraco da produção. Esse é, afinal, o preço do projeto da Netflix: Para todos os garotos que já amei é um projeto muito voltado para o público jovem, que pode fazer bom proveito, mas tecnicamente é um filme com falhas importantes.

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