Lady Bird – É hora de voar!

Data de lançamento: 15/ 02/ 2018

Direção: Greta Gerwig

Elenco: Saoirse Ronan, Laurie Metcalf, Tracy Letts e outros

Gêneros: Drama, Comédia

Nacionalidade: EUA


Durante a premiação do Globo de Ouro de 2018, a atriz e diretora Natalie Portman, encarregada de anunciar os indicados ao prêmio de Melhor diretor, fez questão de salientar a ausência de diretoras na categoria. Mais do que um lembrete de que Hollywood é um espaço predominado por diretores homens, a denúncia de Natalie Portman ganha força quando olhamos para o quadro de filmes que recebe indicações na premiação e encontramos Lady Bird – É hora de voar!. O filme, dirigido por Greta Gerwig, recebeu indicações para Melhor atriz em filme de comédia ou musical, Melhor atriz coadjuvante em cinema e até em Melhor filme de comédia ou musical, saindo vencedor de duas dessas categorias, mas não foi sequer indicado ao prêmio pela melhor direção.

Em Lady Bird – É hora de voar!, encontramos um relato melancólico e cômico da adolescência de Christine (ou, como prefere ser chamada, “Lady Bird”) uma jovem na busca por sua identidade e por sua independência. Contudo, ao contrário do que percebemos em muitos filmes que retratam esse período de adolescência, a personalidade de Lady Bird não é marcada por suas indecisões e fragilidades emocionais, mas pela sua determinação em ir atrás de tudo o que quer. Desde o embate para conseguir que as pessoas chamem-na pelo nome que escolheu para si a garota demonstra força para lutar pelos seus ideais e pelo que acha que deve ser a sua vida.

A visão do relacionamento mãe-e-filha entre Lady Bird e sua mãe é de uma delicadeza emocional ímpar, conseguindo ser muito menos maniqueísta do que costumamos ver em geral. Saoirse Ronan e Laurie Metcalf protagonizam cenas marcantes nas quais podemos entender mais do relacionamento entre as personagens. Certamente, a direção de Greta Gerwig consegue impor ritmo aos diálogos de forma que cada cena entre mãe e filha esteja carregada de uma tensão independente do assunto de que vão falar. É como se cada diálogo pudesse desencadear numa discussão e o espectador se encontra em um momento de intimidade familiar e espera não estar sendo inconveniente.

Lady Bird – É hora de voar! é um filme bem ritmado e com um roteiro primoroso que sabe utilizar de pequenos (porém emblemáticos) diálogos para construir uma visão em grande escala. A história consegue imprimir uma visão particular de religiosidade e adolescência que não passa pelo lugar-comum dos filmes dramáticos e não ocupa lugar de uma construção narrativa sólida. É um filme que aborda o feminino sem replicar o discurso presente nos filmes em geral (normalmente dirigidos por homens), salientando a força emocional de suas personagens.

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