Tully

Data de lançamento 24/ 05/ 2018

Direção: Jason Reitman

Elenco: Charlize Theron, Mackenzie Davis, Ron Livingston eoutros

Gêneros: Drama, Comédia

Nacionalidade: EUA


 

Charlize Theron é uma atriz celebrada, vencedora de Oscar e protagonista do filme Mad Max: Estrada da Fúria. Em Tully, a atriz se junta à Mackenzie Davis, uma jovem que também vem se motrando muito habilidosa e que se destacou em um episódio de Black Mirror, série da Netflix, chamado San Junipero. Nesta história, Charlize interpreta Marlo, uma mãe de dois filhos que está grávida de nove meses do terceiro. O nascimento de sua filha caçula exige fisicamente dela, mas seu irmão surge com uma proposta: pagar uma “babá noturna”, alguém que cuide da criança para que os pais possam dormir à noite.

A dinâmica do filme se sustenta bem, em grande parte pela química entre Charlize Theron e Mackenzie Davis. As duas personagens desenvolvem uma relação bem construída e consegue ser bem elaborada por sugerir que Marlo deseja a liberdade da babá, Tully (Davis), e que a babá inveja a estabilidade da mãe. Em uma visão mais ampla, é um dilema sobre o amadurecimento e sobre as coisas que perdemos e as que ansiamos.

O que ocorre quando Mackenzie Davis entra na história é um abandono de todos os outros conflitos da vida de Marlo. No começo do filme, a personagem passa por momentos dramáticos cuidando de seu filho que tem algum tipo de transtorno que em nenhum momento a personagem ou o filme estabelecem qual é. Marlo não sabe como cuidar de seu filho e, para piorar, o colégio diz que não poderá mais atendê-lo por conta de suas necessidades. Todos esses acontecimentos só servem, narrativamente, para levar a personagem ao limite e fazê-la procurar a babá noturna. Depois disso, essas histórias somem e fica somente a relação com Tully.

O filme consegue retratar, com uma força dramática interessante, os desafios da maternidade, e é a isso que ele se presta no primeiro ato da história. A entrada de Tully provoca, porém, uma virada temática, que enfoca, como já dito antes, em dilemas pessoais e mais universais. Ainda que todo o conflito da maternidade fique em stand by e retome para a conclusão da história, há uma quebra narrativa que suspende os conflitos do primeiro ato. Como a própria Tully diz em dado momento do filme, há uma certa necessidade de que elas continuem falando pelo puro prazer do diálogo incessante (ela as compara à personagens de novelas italianas), mas os diálogos não resolvem os conflitos nem os levam adiante.

Pode se dizer que o filme é bastante inofensivo, porque prefere não ser incisivo em temas que pairam pela história sem se dizer muito sobre ele. É possível que seja um reflexo da direção de Jason Reitman (um homem) em uma produção que fala sobre a maternidade do ponto de vista de Margo, a mãe. A presença do pai faz parte desses temas que são mencionados, mas nunca problematizados. Em alguns momentos fala-se sobre Marlo não buscar o seu marido para resolver os problemas, mas sem qualquer força crítica. Soa muito mais como uma frase que “tinha que estar ali”, para não caracterizar o filme como uma obra machista.

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