Sexy por acidente

Data de lançamento: 28/ 06/ 2018

Direção: Abby Kohn, Marc Silverstein

Elenco: Amy Schumer, Michelle Williams, Rory Scovel e outros

Gênero: Comédia

Nacionalidades: EUA, China


 

Em 2001, Jack Black e Gwyneth Paltrow estrelaram o filme O amor é cego, no qual o protagonista vivido por Jack passa por uma transformação e acredita que a sua namorada (Gwyneth) tem o corpo perfeito. Vários filmes de Hollywood apresentam enredos semelhantes, nos quais um (ou mais de um) de protagonista precisa aceitar uma verdade e, por meios místicos, passa por uma transformação física que o coloca no caminho da mudança moral. Outros exemplos são Virei um gato (no qual Kevin Spacey transforma-se em um animal de estimação para aprender a valorizar sua família), Sexta-feira muito louca (no qual mãe e filha trocam de corpo para se entenderem) e mesmo filmes brasileiros como Se eu fosse você.

Em Sexy por acidente, a personagem de Amy Schumer acredita estar passando por um processo semelhante de transformação, que a fez magra e bonita. De certa forma, este filme utiliza-se do mesmo enredo, mas com um elemento “realista”, que faz com que a mudança física aconteça apenas para a protagonista. No que diz respeito à mensagem da história, a “não-transformação” de Amy Schumer é uma escolha sensata, afinal, trata-se de uma mensagem sobre amor próprio.

Não se pode deixar de lado que o filme é uma comédia e que passa um bom tempo “tirando sarro” dos enredos clichês de Hollywood, esperando o riso do público. Como conto motivacional, a história é excelente, mas quando apela para o humor, na maior parte das vezes é recheada de exageros e hipocrisias. Espera-se que um filme que ironiza o clichê hollywodiano seja inventivo o suficiente para criar novas soluções narrativas, contudo, o resultado é o mesmo: outro clichê.

Quando não exagera em tiradas cômicas, o filme consegue ser muito decente. Trata-se de uma comédia romântica do amor próprio, na qual a personagem, em favor de ser amada pelos outros tem que aprender a amar-se em primeiro lugar. Amy Schumer está excelente no papel quando precisa mostrar que a sua personagem é autoconfiante e um pouco desastrada, no entanto, nas cenas de humor mais explícitas, nada funciona. Nem Amy, nem o roteiro, nem a continuidade da história. Em momentos mais voltados para a piada, é como se a comédia romântica fosse deixada de lado para se criar uma paródia bizarra de filmes da sessão da tarde.

O resultado final é previsível mais bastante modesto. O filme funciona bem como comédia romântica e tem em Amy Schumer a encarnação da essência da história. Defeitos à parte, é uma obra bem feita, à exemplo dos “filmes de transformação”, dos quais Sexy por acidente tanto ironiza.

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