Oito Mulheres e um Segredo

Data de lançamento: 07/ 06/ 2018

Direção: Gary Ross

Elenco: Sandra Bullock, Cate Blanchett, Anne Hathaway e outros

Gêneros: Comédia , Policial

Nacionalidade: EUA


 

Seguindo a crescente tradição de Hollywood de trazer de volta franquias abandonadas, surge Oito Mulheres e um Segredo, da série Onze homens e um segredo. Na nova história, Sandra Bullock interpreta Debbie Ocean, irmã do personagem de George Clooney no filme original. Debbie reúne uma equipe de mulheres para realizar o roubo de um colar de diamantes avaliado em 150 milhões de dólares, mantido a sete chaves em um cofre. Como no filme original, a história se desenrola em torno do roubo e dos possíveis problemas que se possa encontrar para colocar o plano em prática.

A primeira, e talvez a mais estranha, coisa a se dizer sobre esse filme é a sua incapacidade total de trabalhar narrativamente as personagens. Cada uma das mulheres do grupo de Debbie Ocean recebe uma história de background, mas a maior parte dessas histórias é descartável. Por melhor que seja o elenco escalado ‒ e é, de fato, um elenco estrelado ‒ cada uma das atrizes encontra dificuldades para traduzir na história a caracterização das personagens. A exceção é Helena Bonham Carter, que consegue construir a sua personagem e manter a caracterização por todo o filme.

Claro que há de se considerar a dificuldade de lidar com oito atrizes e colocá-las em pé de igualdade na narrativa, mas, se voltarmos à Onze homens e um segredo, essa dificuldade já existia e o filme conseguiu distinguir, entre seus personagens, quais deveriam ser melhor aproveitados e quais cumpririam mera função narrativa no roubo. Ao reunir tantos nomes de sucesso em um só filme, Oito mulheres e um segredo encontra muita dificuldade em apresentar suas personagens.

O filme como um todo lida muito mal com qualquer ideia de conflito. Não só na construção de personagens, mas na história como um todo. A trama do roubo, que poderia se debruçar sobre os problemas de colocar o plano de Ocean em prática, na verdade é uma mera exposição de acontecimentos para o público. O roteiro não dá artifícios para que o público chegue as suas conclusões, e muito menos cria dilemas e desafios para as personagens, tudo o que a história faz é avançar na direção lógica e óbvia dos fatos, deixando pouco espaço para elaboração de interpretações.

Não dá para falar, no entanto, que não seja um bom filme. É, de fato, um entretenimento competente e divertido, mas com problemas narrativos evidentes. Tem um texto interessante na construção de diálogos, mas deixa pouco respiro para as piadas, que geralmente são seguidas de um corte abrupto de cena. O que há de melhor no filme, além da atuação de Bonham Carter, é a trilha sonora bem diversa e com personalidade.

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